Abuso reativo
- Ana Carolina Mainetti
- 23 de jul.
- 3 min de leitura
O que é Abuso Reativo?
Ser chamado de abusivo por reagir a um abuso, envolver-se em discussões intensas após ser constantemente provocado, explodir emocionalmente depois de repetidas humilhações, defender-se de forma enérgica contra acusações injustas e ser rotulado como o agressor: esse é um cenário que representa o chamado "abuso reativo".
Pessoas que vivenciam abuso contínuo, seja ele emocional, psicológico ou físico, podem chegar a um ponto onde reagem às agressões de maneiras que também são abusivas.
Frequentemente, a pessoa que comete o abuso primário utiliza essas reações como "prova" de que a vítima é quem está sendo abusiva, invertendo os papéis e perpetuando um ciclo de manipulação e gaslighting.
4 características do Abuso Reativo:
1- Explosão emocional após intensa provocação;
2- Reação de defesa perante acusações ou ataques;
3- Sentimento de culpa ou confusão por ter "perdido o controle";
4- Utilização da reação pela pessoa abusiva primária para manipular a situação.
Em relações abusivas, a pessoa que abusa pode intencionalmente provocar a vítima até que ela reaja, muitas vezes de forma explosiva. Esse momento de reação é então usado pelo opressor para distorcer a realidade, fazendo com que a vítima se sinta culpada e os outros ao redor acreditem que ela é a pessoa problemática ou agressiva na relação.
Como identificar o Abuso Reativo?
É fundamental analisar o contexto e o histórico da situação para identificar o abuso reativo. O abuso reativo geralmente é precedido por um período de abuso ou provocação contínua. É importante observar se existe um padrão de manipulação por parte da pessoa que inicialmente comete o abuso, utilizando a reação da vítima para se vitimizar e desviar a atenção de seu próprio comportamento, invertendo os papéis de vítima e agressor.
É necessário diferenciar o abuso reativo do abuso primário, onde a agressão é iniciada sem provocação e com o objetivo de controlar, intimidar, enganar ou prejudicar a outra pessoa.
Consequências do Abuso Reativo
O abuso reativo pode trazer diversas consequências negativas para a vítima. Além do sofrimento emocional de estar em uma situação abusiva, a pessoa pode desenvolver sentimentos de culpa, vergonha e confusão por suas próprias reações. A manipulação sofrida pode levar à perda de autoconfiança e à dificuldade em confiar no próprio julgamento.
Podem surgir quadros depressivos, ansiosos, problemas alimentares, no sono, baixa autoestima, doenças psicossomáticas e outras questões de ordem emocional.
Em relacionamentos românticos, o abuso reativo pode intensificar os conflitos e levar a uma naturalização da violência psicológica, inclusive prejudicando o desenvolvimento infantil quando têm filhos. Quando o casal está unido por um vínculo traumático, apego inseguro ou codependência cria-se um ciclo vicioso negativo difícil de quebrar.
No caso do término do relacionamento, é comum o desencadeamento do TEPT de relacionamento ou o ingresso em outro relacionamento com uma dinâmica violenta similar.
O ciclo do Abuso Reativo
O ciclo do abuso reativo geralmente começa com a pessoa abusiva exercendo algum tipo de poder ou controle sobre a vítima, seja através de palavras, ações ou manipulação emocional.
Essa conduta provoca uma reação na vítima, que pode variar de um afastamento a uma explosão emocional. A pessoa abusiva, então, se aproveita dessa reação para reafirmar seu papel de vítima ou para justificar seu comportamento abusivo, perpetuando o ciclo.
A pessoa abusiva primária geralmente apresenta questões psicológicas prévias e não tratadas, como transtorno disruptivo de humor, transtorno explosivo, transtorno por uso de substância, vícios e transtornos da personalidade: narcisista, antissocial ou borderline.
A busca por apoio psicológico é fundamental para as duas partes. A psicóloga pode ajudar a identificar os padrões abusivos, a compreender as próprias reações e a desenvolver estratégias para lidar com a situação de forma segura e saudável.
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Psicóloga Ana Carolina Mainetti
CRP 08/17342
